23 de junho de 2020. A qualidade do ar é essencial em qualquer edifício, mas é ainda mais importante quando se trata de uma unidade de saúde e/ou hospitalar. Este é um dos principais objetivos do projeto Hospital Sudoe 4.0 que irá definir uma metodologia para avaliação dos requisitos de qualidade do ar interior (QAI) em hospitais da região Sudoe.

Em particular, nos próximos meses será realizada uma auditoria e instalados sensores em diferentes áreas de um hospital-piloto em Portugal, para recolher dados online da qualidade do ar interior. A informação será utilizada para identificar medidas, otimizar a qualidade do ar no interior do edifício e melhorar a saúde e o bem-estar dos ocupantes.

Este trabalho insere-se no projeto europeu Hospital Sudoe 4.0, em que colaboram entidades espanholas, francesas e portuguesas. Um projeto aprovado no âmbito da terceira convocatória do programa de cooperação Interreg Sudoe, que visa melhorar as políticas de eficiência energética e hídrica em unidades de cuidados de saúde hospitalares, através da criação de redes e a experimentação conjunta.

Este trabalho insere-se no projeto europeu Hospital Sudoe 4.0, em que colaboram entidades espanholas, francesas e portuguesas.

Qualidade do ar interior nos hospitais


A diversidade de instalações e ocupantes torna o ambiente hospitalar muito mais complexo do que qualquer outro edifício comercial ou industrial. Em primeiro lugar, há que ter em conta que uma unidade de cuidados hospitalares tem vários espaços e serviços de saúde, como salas de cirurgia, salas de internamento, unidades de cuidados intensivos, serviços ambulatórios, farmácias, serviços de radiologia e laboratórios, que cada instalação tem o seu propósito e que o funcionamento diário de cada uma pode ser muito distinto.

Em segundo lugar, há três grupos principais de ocupantes num hospital – profissionais de saúde, pacientes e visitantes – e cada um destes grupos é diferente em termos do seu estado de saúde e da suscetibilidade aos produtos químicos e aos microrganismos no ar.

Garantir o bem-estar dos pacientes e dos profissionais de saúde


Assim, esta complexidade requer uma atenção especial para garantir uma QAI saudável para proteger tanto o pessoal hospitalar como os pacientes, especialmente os imunodeprimidos e os imunocomprometidos. A falta de QAI no hospital pode causar surtos de síndrome do edifício doente, causando dores de cabeça, fadiga, irritações oculares e cutâneas e outros sintomas. Mais grave pode ser o controlo inadequado da QAI hospitalar, pois pode causar infeções hospitalares e doenças ocupacionais.

Nos próximos meses, o projeto Hospital Sudoe 4.0 irá definir uma metodologia para avaliar os requisitos de QAI em hospitais da região Sudoe.

O Instituto Superior Técnico (IST) da Universidade de Lisboa será responsável pela realização dos trabalhos de estudo e avaliação de QAI no projeto Hospital Sudoe 4.0.

O IST é amplamente reconhecido como um centro de investigação de excelência em QAI. Nas últimas duas décadas, a equipa do IST desenvolveu técnicas de amostragem de poluentes atmosféricos, medição e instrumentação analítica que são hoje aplicadas com sucesso na caracterização da qualidade do ar em diferentes ambientes interiores (e.g., hospitais, escolas, lares de idosos, ginásios, escritórios, habitações e transportes), na avaliação da exposição humana a poluentes atmosféricos, na distribuição de fontes e na identificação de instrumentos para a redução da exposição e carga das doenças.

A maior parte do trabalho de investigação do IST é realizado tendo em conta o seu potencial contributo para o processo de tomada de decisão na gestão ambiental e sanitária.

O IST é amplamente reconhecido como um centro de investigação de excelência em QAI.

Hospital Sudoe 4.0


Os membros da parceria liderada pelo Centro Tecnológico ITCL são a Dirección General de Accesibilidad y Centros, pertencente à Consejería de Sanidad y Servicios Sociales da Junta de Extremadura (Espanha), a FundeSalud – Fundación para la Formación e Investigación de los Profesionales de la Salud de Extremadura (Espanha), o Instituto NOBATEK/INEF4 (França), a ADENE – Agência para a Energia (Portugal) e o Instituto Superior Técnico (Portugal).

O projeto visa conceber, validar e implementar modelos de eficiência energética para a renovação de edifícios hospitalares, com o objetivo de alcançar poupanças de energia e reduções de emissões associadas a este tipo de edifícios públicos. Através da criação de redes e da experimentação conjunta, o projeto pretende melhorar as políticas de eficiência energética nos edifícios públicos.